quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Resenha: Blind Guardian em São Paulo

Os alemães do Blind Guardian, ícones do power metal mundial, na última sexta-feira 09/09/2011, tocaram no Via Funchal em São Paulo e fizeram um show épico, que pode ser considerado um dos melhores do ano.


A banda formada por Hansi Kürsch (vocal), André Olbrich (guitarra), Marcus Siepen (guitarra) e Frederik Ehmke (bateria) entrou pontualmente às 22hs no palco do Via Funchal. A música escolhida para a abertura do show foi a potente Sacred Worlds, que também é a faixa de abertura do novo disco da banda, At The Edge Of Time. Como sempre a banda demonstra gostar muito do Brasil, o Vocalista Hansi Kürsch (que completou 36 anos em São Paulo no show de 2002) é muito falante e faz introdução do tema para toda música que será tocada.
Depois de Welcome to Dying, vem o clássico Nightfall, do disco conceitual "Nightfall in the Middle-Earth", que é baseado no livro Silmarillion, de J.R.R. Tolkien. O público responde a altura desde o começo do show, cantando tão alto que muitas vezes a voz de Hansi Kürsch sumia no meio da multidão. Fly, Time Stands Still (At The Iron Hill) mantiveram o pique do público. Até que então veio uma das músicas mais importantes e clássicas da banda, Bright Eyes, do disco de 1996, Imaginations From the Other Side, Hansi Kürsch já não tem a mesma potencia vocal de 16 anos atrás, porém esta longe de fazer feio e a música é cantada e tocada com maestria.
Após Traveler in Time e Tanelorn (Into the Void) veio uma sequência que deixou todo o público em ecstasy total, primeiro a clássica paulada nórdica, Valhalla. Que é muito rápida e pesada e mostra por que a banda é considerada um dos ícones do power metal mundial. Tecnicamente tocada com maestria é uma musica q não deixa ninguém parado. Quando acabou, o público prontamente começa a pedir Majesty, música muito famosa entre os fãs da banda, Hansi Kürsch empolgado com público diz que nós deixamos o trabalho deles mais difícil dessa forma, então a banda toca com muita vontade a música que não estava no setlist do show de São Paulo. Isso demonstra o carisma e o esmero da banda pelo público brasileiro.
Veio então Lord Of The Rings, a música que conta a saga do Hobbit Frodo na trilogia homônima escrita por Tolkien. A música é cantada de ponta a ponta pelo público. A importância e a relação da banda com a obra de J.R.R. Tolkien é tão grande, que chego a afirmar que suas músicas já fazem parte do universo estendido da saga. Com a faixa de encerramento do disco Night of the Opera de 2002, And There Was Silence a banda encerra a primeira parte do show.
Os gritos de "Olê, ôle, ôle, ôle...Blindê, Blindê" são incessantes, e a banda retorna ao tocando mais uma nova, Wheel of Time, que é uma ótima música, mas confesso que esperava ouvir A Voice in the Dark. Ao término da música os técnicos de som entram no palco trazendo violões, o público começa a gritar de maneira insana, pois todos sabiam que próxima música seria a clássica The Bard Song, porém a dúvida era qual das duas versões seria tocada, In The Forest, The Hobbit ou ambas? A escolhida foi In the Forest. O público cantou cada verso junto com a banda, fazendo o chão do Via Funchal tremer, o telão chegou a mostrar alguns fãs que chegaram a chorar, bem, parece que o mundo mitológico toca no fundo da alma de algumas pessoas. Pra fechar o show não poderia ser outra música, o clássico absoluto Mirror Mirror, música que todo fã da banda sabe cantar de traz para frente, e grita o coro praticamente como um hino de guerra.
Os pontos negativos ficam por conta da qualidade do som do Via Funchal, pois em vários momentos o som ficou embolado a ponto de não se ouvir com clareza as guitarras de André Olbrich. O que é uma pena, tendo em vista que a qualidade técnica de sua guitarra é um dos pontos altos da banda. O setlist que foi tocado é ótimo, mas acredito que daria para ser melhorado, pois, por exemplo, a música And Then There Was Silence tem quase 14 minutos, e acredito que muita gente a trocaria por outros clássicos como Imaginations From the Other Side. Mas seria injusto não dizer que o carisma e a empatia da banda com o público, e vice-versa, é um ponto alto no show.
Esse foi um dos melhores shows do ano sem sombra de dúvida e essa apresentação antológica do Blind Guardian é digna de virar um conto mitológico para ser contado de geração em geração para toda a eternidade em honra desses heróis bardos.

Setlist do Show:
1. Sacred Worlds
2. Welcome to Dying
3. Nightfall
4. Fly
5. Time Stands Still (at the Iron Hill)
6. Bright Eyes
7. Traveler In Time
8. Tanelorn (Into the Void)
9. Valhalla
10. Majesty
11. Lord of the Rings
12. And Then There Was Silence
(Bis)
13. Wheel of Time
14. The Bard's Song (In the Forest)
15. Mirror Mirror
Para ler uma resenha mais nerd do show, clique aqui.


Mumu Silva

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