Em um domingo nublado e com clima chuvoso, a banda Violeta de Outono fez um show memorável para o público que lotou o teatro do Sesc Belenzinho. A banda foi convidada a tocar na íntegra seu disco clássico de estreia, “Violeta de Outono”, de 1987, em um projeto do Sesc chamado Álbum. Com quase 26 anos de história, sete discos gravados e algumas mudanças na formação, eles mostraram que ainda possuem a mesma garra de 1985, ano em que a banda surgiu na cena underground paulista, com uma sonoridade extremamente psicodélica.
O show começa com o clássico Outono, logo de cara fica notória a evolução no som da banda em relação à gravação original, pois na época da gravação do disco eles eram um power trio, com guitarra, baixo e bateria, mas desde 2005 houve a entrada de Fernando Cardoso, que toca piano e órgão Hammond. Com um som muito mais potente eles fazem do show uma seção de hipnose. O baixista Gabriel Costa conduz as linhas de baixo de forma muito elegante, mostrando que a cozinha da banda junto com o exímio e perfeito baterista José Dinola, está afiadíssima. Com a mão pesada e a técnica apurada, as viradas constantes de bateria deixam todos fascinados. O teclado de Fernando Cardoso é a cereja do bolo, pois com o seu Hammond B3 e um Leslie Smith ele quebra tudo, deixando as músicas com uma roupagem mais climática, e enigmática, coisa que combina perfeitamente com o som da banda. Já o único membro original e idealizador da banda Fabio Golfetti, é sem sombra de dúvidas o band leader que poucas bandas tem, pois ele conduz com sua guitarra sons cortantes de pura virtuose, mas sem cair no exagero e sem ser maçante (fato comum em bandas do gênero), as improvisações são maravilhosas e os solos são perfeitos.
No setlist rolaram clássicos como Reflexos da Noite, Declínio de Maio, Sombras Flutuantes, a cover de Beatles, Tomorow Never Knows e, minha favorita, Dia Eterno. No bis foram tocadas duas músicas do disco lançado em 2007, Volume 7. As músicas tocadas tem uma levada mais jazz, com curtas improvisações e solos espetaculares.
Já no pós-show encontramos um stand de Merchandising bem munido de materiais da banda a preços praticamente de custo: CD's e LP's (tanto do Violeta de Outono quanto solo do Fabio Golfetti), muitos importados, com bônus e encartes Digipack. O acesso para fotos e seção de autógrafos foi extremamente agradável, pois todos os músicos são pessoas simpáticas e atenciosas.
Não tenho coragem de dizer que o Violeta de Outono hoje é somente um ícone da cena underground paulista, acredito que eles são um ícone da música nacional, pois é uma grande banda que tem mostrado extrema evolução sonora e respeito pelos fãs. O show apresentado neste domingo chuvoso só demonstrou que quando se faz música com esmero e dedicação o resultado pode vir a ser fascinante. Parabéns ao Violeta de Outono, que como Whiskey, tem ficado melhor a cada ano.
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Fotos: Tatiana Gerosa
Mumu Silva
Um comentário:
Olá Mumu !
Agradecemos a sua presença em nosso show e tambem pela crítica positiva. Esperamos ve-lo nos próximos eventos e que aprecie nosso próximo trabalho a ser lançado em 2012.
Grande abraço
jldinola
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