Pensando diretamente no Twisted Sister, fica claro que mesmo a banda estando em um ótimo momento de retorno com a formação original (que já passou pelo Brasil em dois ótimos shows), não teremos a oportunidade de ouvir uma só canção nova. As palavras do guitarrista Jay Jay French deixa claro o sentimento de revolta: "Os fãs querem ouvir as mesmas de sempre". Quando li isso, não senti raiva da banda, é triste dizer, mas eles estão corretos. Pois gravar um álbum todo, para ele ser fatiado em downloads e depois ignorado ao vivo durante um show, deve ser terrivelmente decepcionante.
Por que essa geração de hoje não consome os discos? Entendo a praticidade da internet, inclusive tenho vários discos em MP3, mas não troco por nada os meus CD's e muito menos os meus LP's. Quando vou ouvir música tenho todo um ritual de reler os encartes, rever as imagens, fotos, sentir o papel, isso com CD's. Com discos o ritual chega a ser mais cauteloso e demorado, pois as artes eram muito mais trabalhadas. Se pensarmos em som, desculpe-me os fãs do digital, do DTS e de todas as parafernálias modernas, não troco meus LP's Fireball e Machine Head do Deep Purple em Stereo por nada. Se eu for ouvir meus discos de "rural blues", como Robert Johnson, em mono, ai é que não há comparação.
No fator consumo, percebo que os fãs de hoje não tem mais identificação real com a banda ou com o estilo que "gostam", talvez por isso não comprem os discos. Hoje em dias eles tem identificação com os apresentadores de TV, com as bandas por que aparecem na revista e todo tipo de futilidade envolvida, menos a música. Talvez por isso não percebam o quão benéfico é comprar um disco e ajudar a divulgar sua banda do coração. Ajudar a difundir uma cena musical, cultural e até mais que isso, um modo de viver. As gravadoras são maléficas? Não há dúvidas quanto a isso, porém as editoras também são, mesmo assim não paramos de comprar livros. Alguém entende o por quê?
Há uma grande movimentação em prol do resgate dos discos, do resgate do consumo real da música (não só do download de faixas específicas) e sinceramente eu torço de coração para que esse movimento ganhe muita força e as pessoas me digam que ouviram um disco novo, não que baixaram uma discografia completa e ouviram a música (single) que toca na rádio. No fundo eu sei que tal movimentação não trará de volta os bons tempos de passeios nas grandes galerias e lojas de discos dos grandes centros e capitais, mas quem sabe um dia esse tipo de movimento volte a animar bandas como o Twisted Sister, para que voltem aos estúdios e nos brindem com novas gravações, pois fãs fieis como eu, aguardam isso ansiosamente.
Quanto a garotada que ouve, mas não consome música? Sem maldade, não entendo o que se passa na cabeça de vocês!
Alguns Lugares Para Comprar Discos Em São Paulo:
Há muitas outras lojas na Galeria Nova Barão, Galeria 24 de Maio e Galeria do Rock.
Mumu Silva
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