quinta-feira, 16 de junho de 2011
Slayer faz "Chover sangue" em São Paulo
Com muitos problemas no equipamento técnico, chegando a falhar o som por completo e sem seu guitarrista oficial Jeff Hanneman, o Slayer fez um show digno da grandeza de um dos quatro maiores nomes do Thrash Metal americano, e o público fanático foi a loucura.
Já nas imediações do Via Funchal se via uma legião de” headbangers” frenéticos gritando por Slayer. Trajando camisetas de diversas fases da banda, até mesmo do contestado “Diablos in Musica”. Todos estavam sedentos pelo retorno ao Brasil, pois sua ultima passagem havia sido em 2006 com a turnê do disco "Christ Illusion". Para muitos era o quarto show da banda, para outros era o primeiro, mas o impressionante era ver a devoção que fãs de todas as idades têm por Tom Araya, Kerry King, Jeff Hanneman e Dave Lombardo. A turnê desta vez era do ótimo álbum "World Painted Blood", lançado em 2009. A noticia triste, especialmente para o fã mais fanático da banda, é a falta do guitarrista Jeff Hanneman, que machucado não esta participando da turnê. Ele esta sendo substituído por ninguém menos que o mestre Gary Holt, líder e guitarrista da mais violenta banda de thrash metal da "bay area", o Exodus. A abertura foi por conta da experiente banda Korzus. Infelizmente não pude ver o show, porém todos que viram, disseram ter sido muito bom, coisa que não duvido.
Apagam-se as luzes as 22hs em ponto e o show começa com a pesada "World Painted Blood", que da nome ao disco. Seguida por "Hate Worldwide" e "War Ensemble", o público ia a loucura, quando some o som das guitarras, baixo e microfone. Só era possível ouvir bem ao fundo a bateria de Dave Lombardo. A banda não se acanha com o problema técnico e continua tocando, em apoio os fãs cantaram toda a letra. O show para por cerca de 8 minutos, durante esse intervalo forçado, ouvia-se coros de "Via Funchal, vai tomar..." e "olê olê olê olê Slayer Slayer"! Problema resolvido.
Recomeça o show com "Postmortem", e o mosh pit, vira uma loucura. A vitalidade de Kerry King, Tom Araya Dave Lombardo é impressionante, a paulada na orelha típica e lendária proporcionada pela banda mais uma vez esta armada. A banda fala pouco, e emenda uma música na outra. É algo fora do comum ouvir ao vivo o Dave Lombardo, ele usa o bumbo duplo com maestria e sabe como usar cada item de sua bateria para fazer um som pesado e digno do mais puro thrash metal. O Público não se anima muito quando Tom Araya diz que a próxima música é "Stain of Mind", até porque para mim a melhor faixa do "Diablos in Musica" é "Scrum", que infelizmente não tocou, o show segue. Depois de "The Antichrist”, Tom Araya faz um curto discurso e diz que todo mundo tem seu preço e que isso é a américa. Todos sabem que a próxima seria "Americon". O mosh pit era tão intenso que não era incomum ver sapatos voando, literalmente falando.
Quando vão tocar "Mandatory Suicide", Tom Araya dedica a música a todas as pessoas que querem ser livres. É esse tipo de discurso que se espera de uma banda como o Slayer, o público delira. A sequência de clássicos é inevitável, "Chemical Warfare", "Seasons in the Abyss" e "South of Heaven", são exemplos de um ótimo setlist sendo colocado em prática. Para o Final são guardadas as maravilhosas "Raining Blood", que os fãs cantam cada verso junto com a banda e ainda conseguem surpreendente, "moshar" e "banguear", ao mesmo tempo. O desfecho vem com as pérolas "Black Magic" e melhor de todas "Angel of Death". A banda discretamente se despede e sai do palco. Algumas pessoas esperavam um bis, mas acredito que por conta dos problemas técnicos, a banda optou por tocar direto, para não ter o setlist prejudicado pela falta de tempo. Setlist que devo ressaltar foi muito bom e com algumas diferenças em relação ao resto dos shows da América do Sul, ele agradou a todos.
Os Problemas técnicos atrapalharam muito a qualidade do show. Até um certo momento o som era tão baixo que era possível conversar tranquilamente com o amigo do lado. Somente na metade do show isso foi corrigido. Após o termino do espetáculo os telões mostraram a seguinte mensagem: "Via Funchal informa que o problema técnico ocorrido durante o show foi de responsabilidade da empresa de som que acompanha a banda". Difícil saber de quem é o erro de fato, o que importa é que o fã foi lesado, e isso é grave, pois os altos preços dos ingressos devem garantir a qualidade do espetáculo.
Decepcionante também foi ouvir, digo, não ouvir a guitarra de Gary Holt, pois ela estava tão baixa, que no solo de "Ghosts of War", por exemplo, ficou um vazio incrível, enquanto a guitarra de Kerry King era extremamente alta e estridente. Aguardemos a volta do Exodus ao Brasil, assim escutaremos a potente guitarra de Gary Holt.
Bem, mesmo com todos os problemas técnicos, a falta de Jeff Hanneman e a guitarra muda de Gary Holt, o Slayer mostrou ainda estar vivo, satânico, com energia de sobra. Definitivamente a banda não esta para brincadeiras. Quem esteve no Via Funchal nesta noite de quinta, provavelmente não viu o melhor show de sua vida, mas assistiu a um grande show de heavy metal com certeza, pois os caras ainda sabem fazer "Chover sangue" no palco!
Veja abaixo o Setlist do show do Slayer, 09/06/2011 no Via Funchal, São Paulo:
1. World Painted Blood
2. Hate Worldwide
3. War Ensemble
4. Postmortem
5. Temptation
6. Dittohead
7. Stain of Mind
8. Disciple
9. Bloodline
10. Dead Skin Mask
11. Hallowed Point
12. The Antichrist
13. Americon
14. Payback
15. Mandatory Suicide
16. Chemical Warfare
17. Ghosts of War
18. Seasons in the Abyss
19. Snuff
20. South of Heaven
21. Raining Blood
22. Black Magic
23. Angel of Death
Mumu Silva
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